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Artistas que trabalham com cianotipia #16

Para quem não sabe, no final do mês passado e ínicio deste mês, nós fomos, pela segunda vez, à Islândia. E portanto pensámos que podíamos adaptar este mês ao tema: Islândia. E, como tal, não poderíamos trazer um artista para esta rúbrica, que não fosse islandês. Foi então que decidimos vir aqui dar a conhecer a artista Igna Lisa Middleton e o seu projecto "Thoughts of Home". Igna tem dupla nacionalidade (inglesa e islandesa) e após formar-se em fotografia, cinema e animação, trabalhou com vários clientes na indústria do cinema e da fotografia comercial até que, como tinha um fascínio pela fotografia experimental, decidiu começar a expor as suas cianotipias. De entre os seus projectos destacam-se "Oceans in the Age of Humans", Phytoplankton", "Underwater Wonders", "Tip of the iceberg" e "Thoughts of Home". 

Este último projecto consiste numa série de cianótipos sobre a Islândia. As imagens têm duplo significado: por uma lado elas ilustram símbolos poéticos da Islândia, e por outro mostram a sua utilidade prática. Por exemplo as cascatas fabulosas que funcionam como uma força de energia hidroelétrica; o cavalo islandês que durante muitos anos serviu como único meio de transporte no país, etc. Podem ver todos os seus projetos no seu site e também segui-la através das redes sociais

Cianotipia botânica vs Cianotipia fotográfica

Existem diferenças entre cianotipia botânica e cianotipia fotográfica? Em que consiste uma e outra?

Há uns tempos atrás, um cliente veio ter connosco a perguntar se o nosso material dava para fazer "cianotipia botânica". Primeiro achámos o termo engraçado e depois perguntámos o que queria ele dizer com isso, uma vez que não conhecíamos o termo. Ao que parece, há formadores que quando dão workshops fazem a distinção entre um e outro termo, coisa que para nós não faz muito sentido, uma vez que o processo é sempre o mesmo: cianotipia. Como fazer então distinção entre a cianotipia que imprime imagens fotográficas e a restante? Bem, nós quando damos workshops costumamos fazer a distinção entre fotografias e fotogramas. A fotografia impressa necessita de um negativo ao passo que os fotogramas utilizam objectos que são postos diretamente em contacto com a emulsão. Esses objectos podem ser flores e plantas ou podem ser outras coisas como botões, tesouras, peças de roupa, plásticos entre tantas outras coisas! Pelo que chamar-lhe "cianotipia botânica" parece um pouco despropositado, até porque, pode levar a pensar que estamos a apresentar um novo método que ao invés de usar sais de ferro, utiliza algum tipo de plantas naturais, o que não é verdade... Para isso teríamos de arranjar termos para todos os tipos de objectos que colocamos em cima da nossa emulsão... Portanto, respondendo à questão "qual a diferença entre ambas?", a resposta é "nenhuma!" e sim, os nossos químicos permitem fazer todo o tipo de cianoitpia :)

Esperamos ter desfeito esta dúvida mas se houver mais questões do mesmo género, por favor contactem-nos.

Até breve!

Artistas que trabalham com cianotipia #15

Este mês queremos falar-vos um pouco da artista Isa Marcelli, até porque lançou agora o seu livro "See untill I see no More" que nós já temos na nossa estante e, embora não seja um livro com cianotipias suas, descobrimos que a cianotipia também é um dos seus meios de expressão. Isa Marcelli nasceu em 1958 em Paris e começou a sua carreira ligada à decoração. Só em 2008 é que desenvolve um interesse pela fotografia e começa a trabalhar na sua câmera escura, procurando maneiras de interpretar as suas imagens numa busca pictorialista. Até hoje ela pratica fotografia de grande formato imprimindo as suas imagens com diversos processos alternativos de impressão tais como o colódio húmido, o platinum-palladium, a goma bicromatada e claro, a cianotipia. A sua obra poética revela um universo sensível, onde a natureza e a humanidade se misturam , entregando uma visão do mundo imbuída da fragilidade do existir. O seu trabalho pode ser visto em galerias e museus um pouco por toda a França e também em várias publicações como a Shots Magazine, Eye Magazine e Black+White Photography Magazine. Fez algumas exposições em nome individual e também em nome colectivo e ganhou alguns prémios. Foi nomeada também para o HOT 100 fotógrafos 2021. O seu projecto Blue Moon feito com cianotipias pode ser visto aqui. Podem também segui-la no intagram e no seu site.

Zrno 2023

Nos dias 10 a 16 de Julho, a cidade de Escópia, na Macedonia, vai ser palco da fotografia analógica alternativa, apresentando assim a segunda edição do festival Zrno. O festival vai contar com diversos workshops e artistas convidados tais como Martina Pavloska, Stefan Stefanovski, Emilija Sandic, Vlado Dimoski, entre outros. "Zrno" significa "grão", o grão que encontramos na fotografia analógica, mas também o grão que remete à semente e à plantação. Este festival pretende plantar uma sementinha da fotografia alternativa no mundo contemporâneo, reavivando os processos experimentais e manuais, desfrutando da nossa maior força de energia: o sol. Para verem o programa completo e ficarem a saber mais sobre este festival podem clicar aqui.

Artistas que trabalham com cianotipia #14

Este mês trazemos aqui à nossa rúbrica, a artista Rachel Cox. Rachel é uma artista contemporânea que trabalha sobretudo com artes visuais. Possui um mestrado em fotografia pela universidade do Novo México e o seu trabalho foi amplamente divulgado nos Estados Unidos e não só. Expôs em sítios como o Kemper Museum of Contemporary Art, o Cincinnati Contemporary Arts Center, o festival de fotografia de Belfast, Photo London e o Museu del'Elysee em Paris. Também apareceu em diversas revistas como a Time, Feature Shoot, Dodho, Te Guardian entre outros. Este trabalho que apresentamos aqui intitula-se "Wake up" e foi realizado entre 2020 e 2022, todo ele em cianotipia com viragem. Sobre o projecto a autora diz "Recentemente tenho explorado a ideia do que é um lar. O que significa esse termo para mim e para os outros, e as formas como os americanos veem o lar como uma instituição que significa riqueza, prosperidade e harmonia. (...) As casas nesta obra são como uma metáfora, uma construção que possui a capacidade de moldar a mente das pessoas e a compreensão sobre o mundo. Exploro a ideia de lar não apenas como um símbolo mas também como uma instituição onde as práticas de tolerância e empatia variam amplamente (...)"

Este projecto ganhou o primeiro prémio no concurso de processos alternativos de impressão fotográfica e pode ser visto no Soho gallery, em Nova Iorque. Para verem o trabalho completo da artista cliquem aqui.