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Artistas que trabalham com cianotipia #7

É sempre com grande tristeza que vemos partir um grande artista português e a artista Lourdes de Castro não foi excepção. Por vezes não homenageamos devidamente os artistas em vida e só nos lembramos deles depois de partirem. É pena! Contudo se há maneira de o fazermos, pelo menos a nosso ver, é partilhando o legado que nos deixaram e isso está ao nosso alcance. 

Maria de Lourdes Bettencourt Castro foi uma das maiores artistas plásticas portuguesa. Nasceu a 9 de dezembro de 1930, no Funchal, ilha da Madeira e frequentou o curso de Pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa (1950-1956). Radicada em Paris desde 1958, regressou à ilha da Madeira em 1983, onde residia. 

Entre 1958 e 1962, juntamente com René Bertholo, foi fundadora do grupo KWY, a que se associaram Christo, Jan Voss, João Vieira, José Escada, Gonçalo Duarte e Costa Pinheiro. No princípio da década de 1960 coleciona objetos quotidianos em assemblages, cobertos de cor prata, para, em seguida, passar a registar apenas a sua sombra. Publica, com Benjamin Patterson, Prints and Comments (1962). A partir de 1963 Lourdes de Castro começa a introduzir a cor no seu trabalho: uma cor uniforme - o vermelho, o azul ou o verde, por exemplo. Estas pesquisas sobre sombras e contornos entendem-se progressivamente da serigrafia à tela e do plexiglas ao pano, evoluindo as iniciais formas recortadas e pintadas para "sombras deitadas" que culminam nas "sombras em movimento" ou teatro de sombras (1973). Tem participado em numerosas exposições internacionais de pintura, de livros de artista e de Mail Art e apresentado espetáculos de sombras, com Manuel Zimbro, em diversas cidades europeias. Algumas exposições individuais: Baden-Baden, Stattliche Kunsthalle (1966), Indica Gallery, London (1967), Moderna Galerija, Ljubljana, Akademie der Künste (1971) (com René Bertholo). Exposições coletivas (seleção): 5.a Bienal de São Paulo (1959 e 1985); Grupo KWY, Universidade de Saarbrüken, Alemanha; SNBA, Lisboa (1960); 1.a Bienal de Paris (1961), Diálogo, Fundação Calouste Gulbenkian, CAM, Lisboa (1985), Vraiement faux, Fondation Cartier, Paris (1988). Retrospetiva na Fundação Calouste Gulbenkian em 1992. Representou Portugal, juntamente com Francisco Tropa, na Bienal de São Paulo em 1998.